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Resolvi me entregar a sorte;
Comecei buscar amores dentro de vários olhos,
sentindo o calor,
a magia,
orgasmos e ousadia.
Em um lugar que tudo pode;
Me entreguei a noite, rasgando dia...
Quando entre muitos te olhei, parecia ser engano,
química explosiva, força que me levava e trazia;
Seu olhar quase por acaso,
sua boca verdades ou mentiras escondia pecado,
te olhava e não te via;
O véu do negro te escondia;
Pensei ter perdido o momento,
pensei tivesse escapado como se fosse vento;
Quem será, como se chama, nem seu sexo eu sabia;
Quando sem perceber senti um calor,
sem te ver te sentia,
se querer te queria.
Apenas um sonho ou magia?!
Não!
Você estava ao meu lado,
precisava te ler nos poros do corpo que ainda não me pertencia.
Quando resolvi que seria o momento,
quando rasguei os véus,
impuros pensamentos para te olhar nos olhos;
Senti sua mãos navegando em minha face,
seus dedos passando por meus lábios,
enquanto sussurrava que eu não mais me pertencia.
Me vendou com um lenço de seda,
me carregou para o infinito,
fez arte,
poema e orgia,
me fez alvo do insano poder, me envolvia;
Em nenhum momento senti seu sexo,
os poros apenas de suor me cobriam,
apenas mãos, voz rouca me confundia...
Quem você seria, mãos macias e ao mesmo tempo com o poder de parar o dia,
trancar a noite invadir o tempo me roubar o grito,
me fazer traços,
linhas,
objeto.
Tentei te descobrir pelo cheiro, mas só cheiro de sexo eu sentia;
Tentei te descobrir no tato, mas com uma das mãos você me prendia;
Tentei escapar,
tentei ficar,
tentei gritar,
mas do grito me tirou a voz quando com sua língua me invadia;
Brincava com meu sexo, sugava minha alma;
vendia meus desejos em pequenos intervalos da calada melodia;
Quando sem trégua,
tirou a venda que me protegia, meio turvo olhar,
eu olhei olhares que nós invadiam, entre frestas
fomos cenas,de olhares que nos comiam;
entre outros tantos quartos percebi que ali tudo podia,
agora eu consigo te ver.
Descobri que mãos não tem sexo,
mãos podem tudo e com elas o limite se perde no limite do proibido.
Vicio de pecar,
dos olhares que nos sentiam,dos desejos que invadimos,
gostei de brincar,
abre a porta,
quero suas mãos e agora...
outras mais;

by
S_adverso


2 comentários

João Roque disse... @ quarta-feira, 03 setembro, 2008

Belíssimo poema e boa escolha fotográfica.

Anônimo disse... @ quarta-feira, 03 setembro, 2008

pois é...

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